sexta-feira, 10 de junho de 2016

Mulheres ocupam o Cinema Catarinense!




Texto e fotos "Coletivo Mulheres do Cinema Catarinense". 

Trabalhadoras do cinema catarinense: diretoras, atrizes, roteiristas, fotógrafas, técnicas de som, diretoras de arte, produtoras, maquinistas, assistentes de direção, figurinistas. A voz das mulheres que fazem audiovisual em Santa Catarina ecoa cada vez mais forte aqui no Estado e no país, unindo-se aos debates que vêm acontecendo em todo o Brasil e no mundo em torno da ampliação, legitimação e representação da participação feminina no cinema. 

Neste sábado, 11, a partir das 19 horas, na Ocupa MinC SC, no Prédio da Alfândega, centro de Florianópolis, acontece a segunda sessão do “Mulheres ocupam o cinema catarinense”. Serão exibidos quatro filmes dirigidos por mulheres: “Mulheres da Terra”, de Marcia Paraiso, “O segredo da família Urso”, de Cíntia Domit Bittar, “G”, de Loli Menezes e Gláucia Grigolo, e “Nuvem”, de Vanessa Camassola Sandre. Depois da exibição, acontece roda de conversa com as diretoras e outras profissionais do audiovisual. A participação é aberta a todas e todos.

No último sábado, na primeira sessão do “Mulheres ocupam o cinema catarinense”, foram exibidos “Antonieta”, de Flávia Person, “Eli Heil, criadora e criatura”, de Kátia Klock, “L’Amar”, de Sandra Alves, “Rosa Bebê”, de Loli Menezes. Com um público bastante expressivo, a noite foi marcada por um debate intenso. 



Dos obstáculos cotidianos enfrentados pelas mulheres trabalhadoras do audiovisual, como assédio no set, deslegitimação da capacidade em relação aos homens, salários menores, pouco espaço de fala em festivais, poucas janelas de exibição para filmes dirigidos por mulheres, aos avanços conquistados nos últimos anos, é unânime entre as mulheres que o fortalecimento dos laços entre as trabalhadoras do setor é imprescindível para romper cada vez mais os tabus, preconceitos e deslegitimações que o trabalho feminino encontra no meio da produção cinematográfica. “Precisamos nos conhecer para nos fortalecer”, salientou Maria Fernanda Bin, formanda em cinema da UFSC. 

A necessidade de desconstrução dos estereótipos patriarcais e machistas que estão inseridos cotidianamente nos ambientes de produção, na mediação para exibições, em relação às narrativas femininas e feministas também foi ressaltada. A diretora Anna Muylaert foi citada como representante de um momento importante de visibilidade do trabalho das mulheres no audiovisual. Anna, diretora de “Que horas ela volta?”, compartilhou durante todo o processo de seu filme, do set às negociações com exibidores internacionais, os obstáculos que encontrou por ser mulher. 

As mulheres do audiovisual catarinense convidam a todas e todos para que participem. A realização das exibições e dos debates no espaço da Ocupação do Escritório Regional do Ministério da Cultura em Santa Catarina, a Ocupa MinC SC, no prédio da Alfândega, em Florianópolis, reforça também o apoio destas mulheres do audiovisual à resistência contra o golpe que o país vem enfrentando e a defesa da volta da democracia e das políticas públicas conquistadas nos últimos anos pela luta dos diversos setores sociais do país, inclusive da cultura.





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